Diet or not!

Acho que abusei das castanhas!

A chuva obrigou ao recolhimento e o isolamento obrigou à ingestão de alimentos...alimentos da época,  aconselhados pelos nutricionistas, que é o que a castanha é. 

O problema é que este precioso alimento, após ser devorado em doses não recomendáveis ao trânsito intestinal, te obriga a posterior (como fica aqui bem um a posteriori :) ) a  correr para o ginásio, para aquela aula de zumba que fazes como se fosse a última a realizar-se antes do fim do ano.

Então pensas..hoje vou voltar às saladas para me redimir. Acabaram-se as comezainas, as lambuzices. Não podes ter mais olhos que barriga, sua food adicted. 

Mas chegas a casa gelada, depois de apanhares com umas belíssimas rabanadas de vento na paragem do autocarro, que te atingiram as ossadas, e não te apete atirar a uma salada fria...não apetece, ponto final parágrafo.

Ainda para mais fui vítima de muitas saladas no verão. Acho que até estou com azia à alface..frisada, lisa, roxa.. em todas as suas modalidades, bases saudáveis para uma vida ao estilo popeye the sailor man.
Olha a linda salada de inverno!

Avanças em alternativa e desespero para uns vegetais no forno, porque vegetal no forno é light, mas um light mais apetecível, contudo não queres cá saber das pequenas quantidades recomendadas.

Alabanzas-te em modo vegan e já dá para aquecer a alma!

Mas tu não esqueces! O diabinho continua a desorientar-te!

- O que te apetece mesmo é aquela feijoada, aquele cozido à portuguesa, são aquelas ervilhas com ovos escalfados, aquelas favas com entrecosto, aquelas comidinhas leves que te fazem desapertar o botão das calças. É ou não é?

Tentas afastar os pensamentos pecaminosos, porque até és pessoa religiosa!

Os vegetais fazem bem à saúde!

E esperas, esperas porque tu és resiliente, tu és mais forte e sabes que ao fim de semana, nos almoços e jantares de família, vais encher a barriguinha de misérias e comer a sério a tua "comidinha tuga". Vais-te safar. Aí sim! Tu entregas-te! E ainda tens direito ao tapawer. Sortudo!

Entenda-se por "comidinha tuga", aquela comida pela qual já levam em Lisboa a módica quantia de duzentos e cinquenta euros. Todos ouvimos falar da história do Bacalhau com Natas de ouro, vendido a turistas. Aquela comida que nós, os quarentões e os millenium não temos paxorra para cozinhar e só os nossos pais ou avós preparam com uma antecedência para nós só imaginável na organização de uma viagem intercontinental.

Lá no fundo sabes que por mais maçãs, abacates, ovos cozidos com que enganes a fome, aveias adormecidas com chia que prepares, e legumes vários de que te abasteças para ter lá por casa, tu não consegues negar as tuas origens gastronómicas, verdadeiras bombas calóricas, que te fazem tão feliz.

E no outono e no inverno há muito por que salivar! Venham as festividades.

P.S - Já comi azevias, dá para acreditar?

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