Generosamente This is us


Nesta quinta feira que passou começou na Fox Life, às vinte e duas e vinte, a segunda temporada da minha série de eleição, aliás, da minha série do coração.

Esta história agarrou-me desde o início por tratar de amor, em contexto familiar, de forma muito real, com todas as suas nuances. É muito fácil identificarmo-nos com qualquer uma das personagens.

Todos nós já  passámos por uma ou outra situação de vida pela qual estão a passar.



E tudo começou, na primeira temporada, com um casal jovem, muito apaixonado, à espera de trigémeos.

A mãe dá à luz dois gémeos, menino e menina, mas um dos bebés falece no parto. E nesse exato dia, um recém-nascido é abandonado pelo pai e deixado na mesma maternidade.

Os três são colocados lado a lado no berçário. Dois bebés brancos e um bebé negro.

Não substituindo o filho que haviam perdido, esta criança estava ali, desprotegida, sem pais para a levarem para casa, sem um Lar...

E o destino encarrega-se de a colocar no caminho desta família. Uma bênção de Deus, trazendo-lhes vida, quando acabavam de sentir a morte chegar.

 

Nos primeiros episódios somos transferidos para as vidas adultas tão distintas de cada um destes irmãos.

Os flash backs vão-se sucedendo e acompanhamos vários momentos, com grande intensidade dramática, da vida dos pais. As dificuldades em chegarem aos filhos de forma igual, o empenho em fazê-los sentirem-se especiais...

As escolhas das escolas, a perceção das suas diferenças e das suas necessidades particulares.

E a paixão entre os dois, o carinho, sempre lá. O caminhar juntos, sempre com um mesmo propósito comum ....

As histórias dos três irmãos vão-se  desenrolando.

A menina que luta desde cedo contra a obesidade e se sente diferente das outras raparigas, em várias circunstâncias e ocasiões, e por isso menos válida...

Decide por fim, já adulta, numa última e desesperada tentativa, fazer um programa de emagrecimento num grupo de autoajuda, onde conhece o seu grande amor. Então percebe que quem ama, ama sob qualquer condição física, ama a alma, ama o coração.

O irmão giraço que se sente sempre menos importante e por isso é um eterno inconformado. Quer muito ser ator, mas não acredita nas suas capacidades. Vai saltando, de flirt em flirt, mas tem saudades de amar.

O perfecionista, o batalhador, que acolhido naquela família, embora muito amado, sente necessidade de conhecer a razão da diferença da sua cor de pele, o que o faz procurar a família de origem. 

Já adulto, casado e pai de duas meninas, procura o pai e reencontra-o a padecer de uma doença terminal. Acolhe-o na sua casa e apesar das barreiras que o tempo e a distância impôs aos dois, conseguem usufruir da melhor forma, da companhia um do outro.

Com ele percebe que a vida acontece fora do trabalho e que não a pode deixar escapar. E para satisfazer uma das últimas vontades deste pai que sempre o quis recuperar, mas foi afastado, embarcam numa derradeira viagem em que aquele, ex-músico boémio, lhe dá a conhecer a sua querida Memphis e os encantos da descontração.

E muito tinham eles a recuperar. A entrega dos dois é linda. Conhecem-se tão bem, quase tanto como se tivessem vivido toda a vida juntos. E as marcas que este homem lhe deixa para a vida são indeléveis.

E assim, não é tão bom passar meia hora de puro "mel" no sofá lá de casa?

Ontem, no regresso da série, estava, assim como muitos amigos,  ansiosa ao pé do ecrã da televisão, pela chegada da segunda temporada. Às vinte e duas e vinte desligaram-se as redes sociais. Parou tudo. Foi o momento This is us!

O regresso veio carregado de alegrias, contratempos, sucessos, desilusões, novos desafios para estas personagens. Que turbilhão de emoções! 

Bastam boas histórias de gente comum para nos agarrar.

E houve choradeira, porque as atitudes e gestos das personagens nesta história enternecem, pela sua generosidade.

É isso, esta série é generosa. E fala de compreensão, de perdão, de perda, de aceitação.

A mim, parece-me que no fim de cada episódio, à semelhança do final de um conto que se lê aos filhos, ao deitar,  há sempre uma moral da história, há sempre uma aprendizagem.

É isso que me faz continuar a acompanhar estas histórias de vida peculiares.

Acho que há por aí muitos lugares reservados às quintas feiras à noite, no sofá!



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