A doce vida do campo


Quando mudámos de casa, de um apartamento na cidade, para uma moradia no campo, transformei-me.

Nunca fui um bicho muito cosmopolita, mas esta aproximação à natureza acelerou o meu distanciamento da vida na urbe.

Acabaram-se as reuniões com mil e um condóminos, as excursões aos shoppings, as incursões ao café barulhento da esquina, o entra e sai do elevador a fazer conversas de circunstância.

Decidimos, em família, aproximar-nos do que realmente gostamos.

Queríamos mais espaço. Queríamos que os miúdos pudessem correr na rua, andar em liberdade.

Curiosamente, apesar de nos cruzarmos com menos pessoas, temos um círculo de conhecidos e de conhecidos que se tornaram amigos maior do que quando estávamos por Lisboa.

Não moram no prédio em frente, moram a alguns quilómetros, mas chegamos à casa uns dos outros, sem problemas.

Quando assentámos arraiais, decidimos, em família, criar uma pequena horta pedagógica, para os gaiatos se entreterem e conhecerem a origem do que lhes é posto no prato.

Ao início foi assim. Andavam entusiasmadíssimos, com a perspectiva de arrancar cenouras da terra, de ver alfaces crescer. Pelavam-se pela altura da rega....



Agora, está bem está....

Pai e filhos fizeram bye bye à horta e aqui a própria está oficialmente nomeada Pequena Agricultora do Oeste.

Pois que me fiz socorrer da ajuda do Sr. Augusto, jardineiro experiente por estas paragens, que se encarregou de nos plantar umas árvores de frutos, me instrui sobre as datas certas para plantar, o que plantar e toda uma série de tarefas que inicialmente julguei inexistentes em aventuras como esta, de pequena dimensão.

O que é certo é que saem couves, saem tomates, saem morangos, e adoro comer e presentear os amigos com o que este cantinho produz.

Vamos pontualmente à "grande cidade", mas não temos muitas saudades.

Os miúdos deram-se bem com a mudança de escola, o Rui não demora muito mais tempo a chegar ao trabalho e eu, que comecei tudo do início, encontrei por aqui algumas janelas abertas.

Os meus Cheesecakes saem melhor, os meus doces de tomate ficam no ponto.

Deve ser da calma que se faz sentir!

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