Demasiado doce?


Sou pessoa que foge dos doces como o diabo da cruz.

Não é que não goste deles, não, nada disso, mas fazem um mal desgraçado à saúde e o corpito sente. Ó se sente.

Então, para os evitar, sou pessoa que nem passa pelo corredor da doçaria nos hipermercados. Contratei um funcionário para disparar um alarme caso me apanhe por lá.

Em casa só há uns pacotinhos de açúcar e não me dedico minimamente à doçaria.



Tenho um amigo que abdicou dos açucares. É que o rapaz aguenta-se à bronca mesmo. E passado algum tempo de se ter entregue à filosofia Sugar Free, estar na presença da tentação já lhe é indiferente.

Eu diria que ele atingiu um estado de nirvana. Fiquei fã.

Como não consigo alcançar esta imunidade, prefiro nem sequer estabelecer contacto com eles. É o melhor! Isto porque uma vez na sua presença, não se tira uma dentadita...não! Isso é para meninos.

Pareço o nobre guardador da boa moral que preparava os discursos ao pároco no filme Chocolat, que após apregoar tanta abstinência pascal se entrega totalmente ao pecado da gula na tentadora loja de chocolates de Vianne (Juliette Binoche). 



E uma mulher não é de ferro. Uma pessoa não pode estar sempre em negação. Ou melhor, é difícil estar em permanente negação. E a malta não ajuda...sempre prá frente e pra trás com um bolo, uma queijadinha, um docinho regional, outro conventual...

Ainda há uns dias ofereceram-me esta obra de arte. Esta criação dos deuses, mesmo em frente aos meus olhinhos.
Como resistir? Olha agora, ficava-me só pelo suspiro?


















Por toda esta insanidade que é a minha relação com os doces procuro agora, em processo de recuperação, alcançar a estabilidade. O meu Eu indisciplinado, entrava em desvario quando os avistava. Agora, sou moça séria, bem comportada.

Não se nega mas não se abusa. Convive-se com a obscenidade que é a exposição constante a iguarias que se superam diariamente, para nos fazer babar.

Prevarica-se ocasionalmente e em ocasiões festivas, quase única e exclusivamente.

E veja-se, a minha desgraça muitas vezes consiste no desfrute de um bom Pão de Deus. Não pode é ser qualquer um, porque tem de ter o côco ainda fresco por cima.




Continuo no entanto a negar a frequência de boas pastelarias, a que ultimamente chamo "Antros de Pecado", porque senão caio em desgraça.








































Comentários

Mensagens populares