Não há espiga!
Um automobilista, matinalmente bem disposto, desce a Av. Almirante Reis, em direcção à Alameda, e decide fazer uma "paragem à racer" nos semáforos, acabados de passar a vermelho, indiferente ao reboliço no trânsito, provocado pela greve do metro,para fazer a vontade à mulher.
A dama abre a janela do carro e manda vir:
- Ó senhora, a quanto é o raminho da espiga?
Nos entretantos, os pedestres manifestam-se. Uns riem-se da caricata situação, outros, mal humorados, não chamam camelo ao homem por pouco.
- São dois euros.
- Este ano está caro. Obrigada.
A transacção não se efectua. O vidro do carro sobe. Este ano não há espiga.
A vista do cimo da Avenida é uma beleza.
Cestas cheias de ramos de espigas, papoilas, malmequeres, raminhos de oliveira, videira, alecrim e senhoras castiças na venda.
Sendo crente ou não, ter uma ramo lindo destes atrás da porta, não parece nada mal.
Veja-se a simbologia:
Espiga – pão
Malmequer – ouro e prata;
Papoila – amor e vida;
Oliveira – azeite e paz, luz;
Videira – vinho e alegria;
Alecrim – saúde e força.
Advertências: Cuidado com o ouro, por causa dos roubos por esticão!
Quanto ao vinho, bebam devagar!
Tudo o resto, venha forte e feio e em grandes quantidades!
Da Páscoa à Ascensão quarenta dias vão.
ResponderEliminarÉ o "Dia da Espiga" ou "Quinta-feira da Espiga" em que é celebrada a Ascensão.
Anualmente, neste dia, a cidade de Lisboa fica linda com um ar campestre.
Recordo-me que, quando crianças, íamos com as mães ou com as catequistas e, já mais tarde, em grupos de jovens raparigas, passear pelos campos e colher as belas flores e plantas para compor o ramo da espiga.
Carmencita, que engraçado.
EliminarLí umas coisinhas sobre o dia da espiga e tinha-me perguntado se alguém meu conhecido teria vivido este dia, cumprindo a tradição de ir ao campo.....et voilá!
vou seguir o teu conselho.....
ResponderEliminarSão um doce os raminhos
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