Selvagem no banho!

A água é libertadora, mas a nossa relação com ela nem sempre é pacífica.

A malta nasce e leva logo com ela na carola. Não adianta espernear, nem afinar a guela.

Nos primeiros banhos, em casa, fugimos da dita como o diabo da cruz, mas não tarda a chegada do dia em que têm que nos arrancar pelos cabelos, da banheira, já todos enregelados.

Os primeiros pelos púbicos ameaçam espreitar e nós ainda lá estamos, a brincar com os patos, a chapinhar, a encher baldes e baldinhos.

A primeira ida à praia é amor ou ódio.

Alías, parece que com este elemento é sempre assim....lá para os sete, oito anos, banhos, só mesmo ao arrastão.

- Vai p´ro banho João.
- Porquê? Não é justo mãe. A mana vai primeiro. Já tomei ontem.
- João, vai que já cheiras a sovaco.

A fase da fuga ao banho está longe de ser a mais complexa.

As baldas aos duches no lar e a adoração de qualquer pingo de água na rua é a fase wild, de verdadeira afirmação.

Aí é mesmo curtir à grande....

Banhos de mangueirada com os primos, no quintal, piscina até ao fim do dia, bombas de água com os amigos no pontão.....


Então, inicia-se a longa fase da consciencialização.

- Já és um homem. Achas que é preciso dizer-te alguma coisa? Já devias estar a andar....
- Ok, ok tou a ir!

A partir dos doze, a seguir ao nosso quarto, a casa de banho passa a ser a divisão mais adorada da casa.

Qualquer coisa como uma hora no chuveiro já parece ser suficiente.

- João, despacha-te que o teu pai quer ir à casa de banho....

- Já estou quase. Só mais cinco minutos.

- Livra, que o puto carregou no aftershave!




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