Uma boa história não falha



Mário Augusto dizia há uns tempos, no "5 para a meia-noite" que uma boa história dificilmente culminaria num mau filme.

"Terapia a dois" tem por base uma boa história, a recuperação de um casamento com trinta anos, quase apagado pela rotina, quando todos os indicadores pareciam apontar para um maior desgaste ou para a ruptura, e efetivamente dela resulta um filme muito interessante.

O  mote neste processo, cheio de altos e baixos, é dado pela mulher, Maryl Streep, que após casar os filhos e passar a viver, de novo, sob o mesmo tecto, sozinha com o marido, Tommy Lee Jones, anseia recuperar a paixão, a comunicação, os gestos de amor, que ao longo do relacionamento, entre os dois, se foram perdendo e teimam em não renascer.

Maryl Streep parece uma panela de pressão prestes a explodir, perante a incapacidade de operar a mudança. Sente-se a frustração daquela mulher, sente-se o esforço, a necessidade de romper a apatia e solidão que lhe dominam o dia a dia.

Durante a exibição do filme, chega a sentir-se vontade de puxar o homem pelos colarinhos, para o chamar à razão.

Steve Carell é o brilhante terapeuta de casais a quem Maryl Streep recorre, após devorar secretamente o livro e as apresentações do trabalho na internet, que auspicia uma vida feliz a dois, quando ainda existe amor e empenho.

Sem contar ao marido, Maryl Streep agarra nas poupanças e investe num processo terapêutico intensivo, a dois. A apostar as últimas fichas, empurra um marido forreta, resmungão, pessimista, carrancudo, distante e céptico para o que este acha ser o abismo.

Tremendamente amedrontado quando confrontado com a árdua e sofrida tarefa de se ver esmiuçado e à relação, Tommy Lee Jones avança com todas as defesas e inicialmente não dá tréguas à mulher, ao terapeuta e à terapia.

Interessante é assistir a cada momento da evolução desta cura dos males do coração, que começa com o casal sentado nos extremos opostos do sofá....


mas avança, lentamente e com muito trabalho prático....


na descoberta da intimidade que entre os dois já não existia.


Maryl Streep interpreta uma mulher corajosa, doce e resiliente, empenhada em voltar a ter o marido de volta ao quarto de casal e a ter dele tudo a que se tem direito da pessoa que se ama.

É comovente sentir as saudades que esta mulher tinha deste homem e acompanhar o render deste homem ao amor e paixão, que julgava adormecidos, pela mulher.


O casal vai ganhando anos de vida, e a plateia vai-se rindo e emocionando.

Afinal, é sempre bom asssistir a finais felizes.

Comentários

  1. Adoro a Maryl Streep.

    Simplesmente e naturalmente... como só ela sabe fazer... descreve exactamente a força q uma gaja/o tem de ter ao fim de 30 e mts anos de casamento.:))

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    1. O filme poderia chamar-se...Força de gaja lol
      Bjs leitora assídua

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