Eu, tu, o mar, uma tarde de sol de inverno e um belo vinho tinto

Despachei-me por volta das 15:30 da interminável reunião de condóminos.

Vesti uma camisola de gola alta quentinha, agarrei as calças de ganga, que à noite havia de por a lavar, calçei as meias mais grossas que tinha e escolhi as botas altas rasteiras, já em corrida para a porta.

Pûs o meu velho Peugeot a funcionar e, ao som de Florence and the Machine, e de um vibrante shake it out, a passar na comercial, fiz-me à estrada.

- Miguel, saí agora. Estou ligeiramente atrasada. Vai andando p´rá esplanada e pede o habitual. Mais ou menos 15 minutos e estou aí.

Fazer a marginal até Cascais produz em mim um efeito psicológico semelhante, ao que penso que teria, ao ir de avião até à Côte d'azûr.

Estrada fora, a 50/60 Km, para não fazer disparar os sinais vermelhos, sinto-me a mulher mais Wild de Portugal e arredores.



Começo a ver o mar e o sorriso invade-me a cara. É rápido até me contagiar a alma.

Apesar do frio de rachar, que se sente, o sol é meu companheiro durante toda a viagem.

Saio do carro e avanço até à esplanada. Ele já lá deve estar, em modo congelado.

Calço as luvas pelo caminho e enrolo ainda mais o cachecol ao pescoço, até fazer o efeito "rôla".

Desço as escadas até à esplanada e voilá. Dois copos de vinho, o mar alí tão perto, a espuma das ondas a encostar-se à areia, o brilho dos teus olhos e os últimos raios de sol para aproveitar.


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